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Canto do coração cosmico

  • Foto do escritor: Paola Mallmann
    Paola Mallmann
  • 19 de mar. de 2020
  • 2 min de leitura

Quero contar que durante essa semana em que o assunto principal de todos dias que se passaram de isolamento social foi sobre o COVID-19, que meditei sobre o coração. Percebi que ele estava um pouco trancado, depois visualizei que a chave para abri-lo e sentir a permissão para ele se expressar estava comigo mesma. Mas não foi tao fácil.

Foi necessário remover alguns entulhos do caminho e, ate coisas desnecessárias para poder acessá-lo inteiro e abri-lo fazendo com que com fluxo de amor ficasse desobstruído, livre e desimpedido. O perdão e a aceitação também colaboraram, depois de percebe-lo com cicatrizes, costurado, como se alguma vez tivesse sido dividido ao meio, mas ainda assim o enxerguei inteiro, como o coração de alguém que volta da guerra e que passou por lá em muitas batalhas. Em algumas perdeu e em outras foi vitorioso. Tinha até alguns enfeites, dores e condecorações, brilhinhos refletindo imagens de memórias acoplados nele. Ma so que mais me o tocou foi o desejo de assumi-lo em sua vontade franca de vida, em dizer que sempre é tempo, como diria Mercedes Sosa na canção “Yo vengo ofrecer mi corazón”. Nunca tive o coração duro, mas tampouco mole, do tipo manteiga derretida. Mas já o fiz chorar e sangrar e aprendi a protegê-lo.

Hoje então, preparei um ritual, envolvi meu coração em um manto vermelho, com cuidado, lavei ele na água corrente, expus {as feridas ao sol. Olhei bem. Um for;a interna o faz pulsar muito, o batimento me surpreendeu, embora o movimento seja espontâneo, senti que havia muita fibra nele. Resolvi me desfazer de algumas imagens dadas e outras pre-moldadas, deixei apenas o coração mais leve, nu. Varri bem o ambiente e abri mais as portas afastando estacas, e todo o tipo de medo do julgamento alheio, subi os degraus de um local que percebi como santo, um templo!!!Depositei delicadamente meu coração em um ber;o que se assemelhava ao lugar de comando real da minha vida, sentei-me ao lado, fiz fogo, comecei a cantar para ele a tocar a essência do meu tambor. Fui chamando minha própria presença, e a cada batida do tambor que trazia comigo, mais fortalecido o coração ficou, por estar dedicando um canto todo especial ao seu louvor, rimando poesia, prosa, magia, arte e tecnologia. Visualizei que no canto do coração renascido nasceu uma flor.

Estava já a cerimônia chegando ao fim, o coração batendo em paz, quando disse-me com sua voz única e verdadeira que dali em diante e antes de seguir em frente, sempre reservasse um bom tempo para a gente, esse momento de conexão entre eu ele e a mente. Reunindo-nos de forma viva no presente e que espalhasse ido [ara a gente que anda perdida e descrente, para ligar pro coração, ouvir e fazer a cura do corpo, da alma e da mente, Dói, mas consegui. E um rito permanente.


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